Modernismo
Modernismo é um estilo de época que caracterizou a maioria das obras literárias do século XX. Ele é marcado pela experimentação e oposição à arte acadêmica. Se manifestou em diversos campos das artes, como a pintura, escultura, arquitetura, literatura, dança e música.
No Brasil, a linguagem de maior destaque no movimento modernista foi a literária e, assim como as demais, tinha como objetivo questionar e romper com tradições passadas.
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Origem do Modernismo
O movimento moderno se iniciou na primeira década do século XX, a princípio na Europa, chegando posteriormente ao Brasil por volta dos anos 20. Impulsionados por um contexto histórico conturbado, onde grandes transformações estavam em curso, os artistas e intelectuais modernos passaram a repensar a maneira de produzir arte e literatura. Eles cada vez mais valorizavam um pensamento crítico.
Assim, o modernismo acontece em um cenário de conquistas tecnológicas, progresso da indústria, aprofundamento do sistema capitalista e das desigualdades. É nesse momento também que ocorrem grandes conflitos, como a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa e o surgimento de regimes totalitários.
Podemos dizer que a corrente modernista perdurou até os anos 50, após a Segunda Guerra Mundial.
Contexto histórico
No auge da expansão imperialista na Europa, a disputa entre as grandes potências levou à corrida armamentista e ao fortalecimento do sentimento de nacionalidade. Desse modo, teve início, em 1914, a Primeira Guerra Mundial. Mas, ao lado da destruição, havia também grandes descobertas científicas, além de inovações tecnológicas.
Com o fim da guerra, em 1918, o extremismo se fortaleceu, e movimentos nacionalistas de extrema direita, como o fascismo e o nazismo, conquistaram vários adeptos. Assim, em 1939, a Segunda Guerra Mundial trazia mais destruição à Europa. Logo depois de terminado esse conflito, em 1945, o mundo se dividiu entre países socialistas e capitalistas. Estava declarada a Guerra Fria.
Modernismo literário
Na literatura, o legado dos modernistas foi valioso. Cansados de ver sempre os mesmos temas e as mesmas formas no fazer literário, eles queriam quebrar com as tradições, promovendo uma liberdade formal e estética.Esses valores se manifestavam, por exemplo, através do verso livre e no uso da pontuação.
Outro traço marcante do movimento é o modo como valorizava os temas do cotidiano, os trazendo para a prosa e a poesia. Muitas vezes, essas temáticas eram acompanhadas por um tom humorístico e / ou um registro de linguagem próximo da oralidade.
O modernismo literário ganhou muita força principalmente na Europa e nos Estados Unidos da América. Depois da I Guerra Mundial, estes autores já não estavam preocupados em servir os interesses da burguesia mas sim em expor as incoerências da realidade em que viviam.
O movimento também trouxe várias técnicas literárias como o fluxo de consciência, os monólogos interiores e ainda a possibilidade de mostrar vários pontos de vista diferentes dentro de uma mesma obra.
Características do Modernismo
As características que podemos notar no modernismo de maneira geral estão relacionadas à ruptura com os modelos artísticos-literários vigentes e a busca por inovação. Dessa forma, os modernistas passam a produzir obras transgressoras e com maior liberdade criativa, sem seguir necessariamente regras e padrões.
Tanto na literatura como nas demais vertentes artísticas, podemos elencar como particularidades das obras modernistas:
• Recusa aos moldes acadêmicos;
• Liberdade criativa e de expressão;
• Valorização da experimentação;
• Busca pela aproximação da linguagem popular;
• Espontaneidade e irreverência;
• Quebra de formalismos;
• Ironia e espírito cômico.
Na Europa, no início do século XX, surgiram vários movimentos artísticos caracterizados pela ruptura radical com a arte tradicional. As vanguardas europeias (cubismo, dadaísmo, futurismo, expressionismo e surrealismo) foram uma grande influência para o movimento modernista no mundo inteiro.
Conclui-se então que o modernismo é caracterizado pela inovação e experimentação nas artes e na literatura, já que ele realiza uma quebra com os valores estéticos do passado. Portanto, é um estilo de época marcado pela oposição à arte acadêmica e crítica à tradição. Possui um caráter libertário e busca a renovação artística.
As obras modernistas apresentam caráter nacionalista e crítica sociopolítica. Os textos literários também experimentam estruturas não tradicionais, fragmentadas, além de valorizarem as linguagens regional e coloquial. Na poesia, predominam a liberdade formal e os versos livres.
Alguns atores e obras do Modernismo
Atores
• Marcel Proust (1871-1922) — francês;
• James Joyce (1882-1941) — irlandês;
• Virginia Woolf (1882-1941) — inglesa;
• Franz Kafka (1883-1924) — tcheco;
• Fernando Pessoa (1888-1935) — português;
• Mário de Andrade (1893-1945) — brasileiro.
Obras
• Em busca do tempo perdido (1913-1927), de Marcel Proust;
• Dispersão (1914), de Mário de Sá-Carneiro;
• A metamorfose (1915), de Franz Kafka;
• A metamorfose (1915), de Franz Kafka;
• Ulisses (1920), de James Joyce;
• Macunaíma (1928), de Mário de Andrade;
• Orlando (1928), de Virginia Woolf;
Modernismo em Portugal
O Modernismo português apresenta três fases. A primeira delas é conhecida como geração de Orpheu (1915-1927). Orpheu é o nome da revista, fundada em 1915, que introduziu o modernismo em Portugal. Assim, essa primeira geração é nacionalista e irreverente. Seus principais autores são: Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros (1893-1970).
A segunda fase é conhecida como presencismo (1927-1940). O nome vem da revista Presença, criada em 1927. Essa fase é caracterizada pelo antiacademicismo e pela inovação, mas é contrária a qualquer arte de cunho político ou social. Seus principais autores são: José Régio (1901-1969), João Gaspar Simões (1903-1987), Branquinho da Fonseca (1905-1974) e Miguel Torga (1907-1995).
Já a terceira fase, conhecida como neorrealismo (1939-1974), possui cunho antifascista e promove uma literatura comprometida com a crítica sociopolítica. Seus principais autores são: Ferreira de Castro (1898-1974), Soeiro Pereira Gomes (1909-1949) e Alves Redol (1911-1969).
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