Modernismo

Modernismo é um estilo de época que caracterizou a maioria das obras literárias do século XX. Ele é marcado pela experimentação e oposição à arte acadêmica. Se manifestou em diversos campos das artes, como a pintura, escultura, arquitetura, literatura, dança e música.

No Brasil, a linguagem de maior destaque no movimento modernista foi a literária e, assim como as demais, tinha como objetivo questionar e romper com tradições passadas.

A dança (1910) é uma tela de Henri Matisse e faz parte do fauvismo.



Origem do Modernismo

O movimento moderno se iniciou na primeira década do século XX, a princípio na Europa, chegando posteriormente ao Brasil por volta dos anos 20. Impulsionados por um contexto histórico conturbado, onde grandes transformações estavam em curso, os artistas e intelectuais modernos passaram a repensar a maneira de produzir arte e literatura. Eles cada vez mais valorizavam um pensamento crítico.

Assim, o modernismo acontece em um cenário de conquistas tecnológicas, progresso da indústria, aprofundamento do sistema capitalista e das desigualdades. É nesse momento também que ocorrem grandes conflitos, como a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa e o surgimento de regimes totalitários.

Podemos dizer que a corrente modernista perdurou até os anos 50, após a Segunda Guerra Mundial.



Contexto histórico

No auge da expansão imperialista na Europa, a disputa entre as grandes potências levou à corrida armamentista e ao fortalecimento do sentimento de nacionalidade. Desse modo, teve início, em 1914, a Primeira Guerra Mundial. Mas, ao lado da destruição, havia também grandes descobertas científicas, além de inovações tecnológicas.

Com o fim da guerra, em 1918, o extremismo se fortaleceu, e movimentos nacionalistas de extrema direita, como o fascismo e o nazismo, conquistaram vários adeptos. Assim, em 1939, a Segunda Guerra Mundial trazia mais destruição à Europa. Logo depois de terminado esse conflito, em 1945, o mundo se dividiu entre países socialistas e capitalistas. Estava declarada a Guerra Fria.



Modernismo literário

Na literatura, o legado dos modernistas foi valioso. Cansados de ver sempre os mesmos temas e as mesmas formas no fazer literário, eles queriam quebrar com as tradições, promovendo uma liberdade formal e estética.Esses valores se manifestavam, por exemplo, através do verso livre e no uso da pontuação.

Outro traço marcante do movimento é o modo como valorizava os temas do cotidiano, os trazendo para a prosa e a poesia. Muitas vezes, essas temáticas eram acompanhadas por um tom humorístico e / ou um registro de linguagem próximo da oralidade.

O modernismo literário ganhou muita força principalmente na Europa e nos Estados Unidos da América. Depois da I Guerra Mundial, estes autores já não estavam preocupados em servir os interesses da burguesia mas sim em expor as incoerências da realidade em que viviam.

O movimento também trouxe várias técnicas literárias como o fluxo de consciência, os monólogos interiores e ainda a possibilidade de mostrar vários pontos de vista diferentes dentro de uma mesma obra.



Características do Modernismo

As características que podemos notar no modernismo de maneira geral estão relacionadas à ruptura com os modelos artísticos-literários vigentes e a busca por inovação. Dessa forma, os modernistas passam a produzir obras transgressoras e com maior liberdade criativa, sem seguir necessariamente regras e padrões.

Tanto na literatura como nas demais vertentes artísticas, podemos elencar como particularidades das obras modernistas:

• Recusa aos moldes acadêmicos;

• Liberdade criativa e de expressão;

• Valorização da experimentação;

• Busca pela aproximação da linguagem popular;

• Espontaneidade e irreverência;

• Quebra de formalismos;

• Ironia e espírito cômico.

Na Europa, no início do século XX, surgiram vários movimentos artísticos caracterizados pela ruptura radical com a arte tradicional. As vanguardas europeias (cubismo, dadaísmo, futurismo, expressionismo e surrealismo) foram uma grande influência para o movimento modernista no mundo inteiro.

Conclui-se então que o modernismo é caracterizado pela inovação e experimentação nas artes e na literatura, já que ele realiza uma quebra com os valores estéticos do passado. Portanto, é um estilo de época marcado pela oposição à arte acadêmica e crítica à tradição. Possui um caráter libertário e busca a renovação artística.

As obras modernistas apresentam caráter nacionalista e crítica sociopolítica. Os textos literários também experimentam estruturas não tradicionais, fragmentadas, além de valorizarem as linguagens regional e coloquial. Na poesia, predominam a liberdade formal e os versos livres.



Alguns atores e obras do Modernismo

Atores

• Marcel Proust (1871-1922) — francês;

• James Joyce (1882-1941) — irlandês;

• Virginia Woolf (1882-1941) — inglesa;

• Franz Kafka (1883-1924) — tcheco;

• Fernando Pessoa (1888-1935) — português;

• Mário de Andrade (1893-1945) — brasileiro.

Obras

• Em busca do tempo perdido (1913-1927), de Marcel Proust;

• Dispersão (1914), de Mário de Sá-Carneiro;

• A metamorfose (1915), de Franz Kafka;

• A metamorfose (1915), de Franz Kafka;

• Ulisses (1920), de James Joyce;

• Macunaíma (1928), de Mário de Andrade;

• Orlando (1928), de Virginia Woolf;



Modernismo em Portugal

O Modernismo português apresenta três fases. A primeira delas é conhecida como geração de Orpheu (1915-1927). Orpheu é o nome da revista, fundada em 1915, que introduziu o modernismo em Portugal. Assim, essa primeira geração é nacionalista e irreverente. Seus principais autores são: Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros (1893-1970).

A segunda fase é conhecida como presencismo (1927-1940). O nome vem da revista Presença, criada em 1927. Essa fase é caracterizada pelo antiacademicismo e pela inovação, mas é contrária a qualquer arte de cunho político ou social. Seus principais autores são: José Régio (1901-1969), João Gaspar Simões (1903-1987), Branquinho da Fonseca (1905-1974) e Miguel Torga (1907-1995).

Já a terceira fase, conhecida como neorrealismo (1939-1974), possui cunho antifascista e promove uma literatura comprometida com a crítica sociopolítica. Seus principais autores são: Ferreira de Castro (1898-1974), Soeiro Pereira Gomes (1909-1949) e Alves Redol (1911-1969).

Breve apresentação de Amadeo Souza-Cardoso na época do Modernismo em Portugal.



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